Entre os dias 8 e 26 de julho de 2024, a Diocese de Criciúma enviou um grupo de missionários à Ilha do Marajó, no norte do estado do Pará, com o objetivo de evangelizar e fortalecer a fé dos irmãos locais. A missão contou com a participação de 3 sacerdotes, 3 religiosas e 17 leigos, incluindo Maristela Uggioni Brunel e Maria Goretti Venâncio Vieira, da Paróquia Santo Agostinho.
Os missionários visitaram duas paróquias: Nossa Senhora da Conceição, no município de Afuá, que abrange 74 comunidades, e Santo Antônio, no município de Chaves, com 54 comunidades. Devido à distância, algumas comunidades, que ficam até dois dias de viagem de barco, não puderam ser visitadas.
A cidade de Afuá é inteiramente fluvial, onde o tráfego de veículos motorizados é proibido, sendo permitido apenas o uso de bicicletas. Durante a estadia, os missionários conheceram os bicitáxis, o carro de bombeiros adaptado em bicicletas e até mesmo a ambulância local.
Experiências Missionárias
Goretti relatou sua primeira missão, que foi acompanhar um funeral junto com um dos padres e outros missionários. Após a celebração na casa da família, o corpo foi levado ao cemitério em um cortejo seguido por familiares, atrás de um carro funerário adaptado em bicicleta.
Maristela, por sua vez, acompanhou o enterro de uma jovem e descobriu um costume local: todos tiram os sapatos ao entrar no cemitério e lavam os pés ao sair.
Divisão e Atividades
Os missionários foram divididos em 5 grupos para visitar as comunidades ribeirinhas. Nossas paroquianas, Maristela e Goretti ficaram no mesmo grupo e levaram cinco horas para chegar à primeira comunidade, coincidentemente chamada Santo Agostinho. A comunidade, que não recebia a visita de um padre há um ano, foi extremamente acolhedora. Durante a missão, foram realizados 18 batizados, 2 casamentos e 5 primeiras eucaristias. Um dos noivos foi batizado, recebeu a primeira eucaristia, casou-se e batizou seus filhos.
Vivências e Desafios
Durante a missão, os missionários visitaram famílias, abençoaram casas e celebraram missas diárias. Muitas confissões foram realizadas à luz da lua, com o céu como testemunha.
No município de Chaves, na comunidade São Pedro, os missionários foram recebidos com fogos de artifício, pois nunca haviam recebido missionários antes. Devido à distância, o padre só consegue visitá-los uma vez por ano. Apesar das dificuldades para receber os sacramentos, a fé da comunidade era visível, e até os gestos litúrgicos, como a reverência ao altar, estavam presentes nas celebrações.
Os missionários dormiam em redes que carregavam consigo. Ao navegarem pelo grande rio Amazonas, enfrentavam longas horas de viagem, muitos sem saber nadar, mas sempre com sorrisos e alegria. Era evidente que possuíam algo especial: a coragem do amor, que só Deus pode dar. Eles desciam nos trapiches, caminhavam sobre réguas de madeira, passavam a noite à luz de lanternas e amanheciam cheios de alegria e desejo de amar como Jesus amou. Essa foi a missão vivida com os irmãos da Ilha do Marajó, onde não se viam diferenças, apenas a fé em Jesus que os unia.
A Paróquia agradece profundamente e oferece em oração todos aqueles que contribuíram e continuam a contribuir para que a missão aconteça.
Por tudo e por todos, Deus seja louvado.